quarta-feira, 7 de maio de 2008

Desenvolver o minibásquete, que estratégias? (6)




Opinião

San Payo Araújo

Director Técnico do Comité Nacional de Minibásquete




Tudo depende da situação real, do contexto

Os problemas de fundo da formação desportiva, nomeadamente das suas etapas iniciais, passam por um conjunto muito alargado de circunstâncias que não são fáceis de modificar e passam, na minha opinião, pela organização da actividade escolar, nomeadamente programas e horários, pelas opções de quem gere as fontes de financiamento das actividades desportivas, estado, autarquias, federações, associações, clubes, etc., pela organização e racionalização dos recursos existentes e pela qualidade dos seus agentes: dirigentes e técnicos.
Neste mundo as coisas só acontecem quando alguém as provoca. É verdade que, por norma, soluções pontuais dificilmente resolverão problemas de fundo. Num universo tão difícil de transformar teremos então que ter a perspicácia para compreender as coisas que não temos capacidade de modificar, o empenhamento e a coragem para alterarmos as coisas que podemos melhorar e o bom senso para distinguir uma situação da outra.
Sempre que abordamos um projecto, temos que tentar influenciar com as nossas convicções as pessoas que decidem, e perceber que existem modelos, existem orientações, mas tudo depende da situação real. As soluções têm sempre que ser encontradas dentro de cada contexto.
Para exemplificar o que acabamos de dizer poderemos afirmar que o projecto dos clubes em Cantanhede, que contou, tanto quanto sei, na sua fase inicial, com grande apoio, e a meu ver muito bem pois esse é um dos seus papeis fundamentais das autarquias (apoiar a formação dos jovens dos seus municípios), é necessariamente diferente do projecto de revitalização do minibásquete, que assistimos este ano no Ginásio Figueirense.
Poderia e deveria falar de outros projectos e outros clubes, que também merecem seguramente referência. Só que, uma vez mais, quero fundamentalmente alertar para a importância do elo humano. Quer numa situação, quer na outra, por detrás desses projectos estão pessoas que conseguem envolver e dinamizar outras pessoas. Neste caso estou a falar de Diogo Amoroso Lopes e Mário Ramos, e o interesse e a motivação no minibásquete, como em qualquer outra actividade humana, têm se ser mantidos através do reconhecimento. Essa é a recompensa mínima, que podemos e devemos dar aos dedicados entusiastas da formação.

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