Graça Nelas quer uma nova sede social para o Sporting Figueirense
“Actual ‘casinha’ é ‘vergonhosa’para o clube…”
As eleições para os corpos gerentes do Sporting Figueirense realizaram-se há cerca de uma mês. Graça Nelas, actual presidente da Direcção, elege a nova sede social do clube como o principal objectivo a atingir.
Semanário Desportivo do Centro (SDC) - Como surgiu a possibilidade de regressar à presidência do Sporting Figueirense?
Graça Nelas (GN) - Não estava nada a contar em regressar ao clube neste momento, mas essa possibilidade acabou por ser real uma vez que a anterior presidente teve de se ausentar para o estrangeiro, por questões de trabalho. Não é fácil encontrar quem queira estar à frente de um clube e eu acabei por aceitar, nem que seja por pouco tempo. Há tempos tinha deparado com o vandalismo de que tem sido alvo a nossa Casa Abrigo, que me chocou bastante, e considerei que “pegando” outra vez no clube poderia ajudar a debelar essa situação.
SDC - Nos dias de hoje é preciso ter coragem para assumir a presidência de um clube desportivo…
GN - De facto é preciso ter alguma coragem, mesmo num clube pequeno como o Sporting Figueirense. Digo pequeno porque hoje não pode ser grande. Já tivemos muitas modalidades, mas dado o espaço reduzido que temos e o facto de não existir um Pavilhão Municipal na Figueira da Foz, dedicamo-nos apenas ao basquetebol feminino, ao cicloturismo e ao campismo. Os apoios são pouquíssimos. A Câmara apoia, é certo, mas dadas as dificuldades por que também passa, nem sempre as verbas nos chegam na hora em que mais precisamos delas. Vamos sobrevivendo com o pedir do dia-a-dia e com a carolice de algumas pessoas que gostam do clube. Não é fácil…
SDC - É um desafio que aceita por espírito de missão e porque sente o emblema?
GN - Sim, com espírito de missão. E é engraçado porque eu não sou sportinguista, sou benfiquista quase ferrenha. Mas a minha filha começou a jogar no Sporting Figueirense ainda pequenina e eu como mãe acompanhava sempre a equipa. Desde aí fiquei sempre muito “agarrada” ao clube e, por exemplo, como disse no início, ver a Casa Abrigo vandalizada foi para mim uma dor muito grande. Podia não ligar, mas achei que devia regressar para, dentro das nossas possibilidades e de algumas pessoas que nos ajudam, tentar reabilitar aquele espaço. Aceitei o desafio de estar novamente à frente do clube também porque tenho bons colaboradores. Todos juntos cá vamos “remando contra a maré”.
SDC - Como encontrou o clube?
GN - Não se pode dizer que o Sporting esteja numa situação muito má. Da outra vez, sim, encontrei o clube muito mal, bem pior do que agora, inclusivamente com processos a decorrerem nos tribunais. Agora não acontece isso, embora as coisas também não estejam totalmente bem. Mas se os compromissos camarários que estão assumidos com o clube nos chegarem a tempo e horas, devagarinho lá vamos caminhando. O problema são os atrasos, especialmente quando se verificam em alturas como a que estamos a viver, de inscrições de atletas e treinadores, com as quais despendemos muito dinheiro. O aluguer de pavilhões também leva uma boa quota-parte do nosso orçamento e quando os subsídios não nos chegam às mãos tornam o nosso dia-a-dia muito complicado. Há protocolos estabelecidos com as escolas, mas mesmo assim temos que pagar mensalmente e não é tão pouco como isso. São umas boas centenas…
SDC - Em suma, encontrou as dificuldades próprias de um clube e que o Sporting Figueirense também sente?
GN - Sim. Mas são dificuldades que poderemos reduzir se a Câmara nos apoiar e se conseguirmos recolher novos apoios e novos colaboradores. Devagarinho vamos lá, porque não ao nosso sonho maior, que é termos uma nova sede, ou uma casa antiga, que possamos remodelar aos poucos (a Câmara tem tantas por aí abandonadas…), ou um terreno pequeno para construirmos. Por vezes é mais fácil conseguirmos apoios em materiais do que propriamente em dinheiro, e esse pode ser um dos caminhos a seguir.
SDC - Em relação à Câmara, já há contactos nesse sentido?
GN - Não há ainda. Assumi a presidência há pouco tempo e ainda não houve oportunidade para solicitar uma reunião com a Câmara Municipal. Mas a nova sede é um dos objectivos do meu mandato e vamos dar os passos necessários para que se torne realidade. No anterior mandato vivi precisamente a acção de despejo do Sporting Figueirense. Depois de ser eleita tive quinze dias para retirar da anterior sede todo o espólio do clube. Valeu-nos o Ginásio e a Escola Prática de Serviços de Transportes, que nos emprestaram instalações para guardarmos as nossas coisas. Entretanto surgiu esta “casinha” pequena onde ainda hoje estamos, insignificante e até “vergonhosa” para um clube com a idade e o historial do Sporting Figueirense. Um clube que está a poucos anos de ser centenário deve ter instalações condignas para os seus associados e para acomodar o espólio de dezenas de anos ao serviço do desporto.
SDC - Além deste grande objectivo a que se referiu, que outros pretende a sua Direcção concretizar?
GN - Sobretudo manter a projecção que o basquetebol feminino tem no clube e na cidade e melhorar o que temos vindo a fazer, proporcionando cada vez melhores condições às muitas praticantes que temos, desde as Minis às Seniores. Temos muito orgulho por ser o Sporting Figueirense um dos clubes do distrito que faz melhor formação no basquetebol feminino. Pena é que não tenhamos o seguimento e que depois de as meninas acabarem a sua formação no Sporting venham os clubes “que podem” buscá-las, muitas também porque vão para a Universidade e é-lhes mais fácil jogarem noutras cidades. Gostaríamos muito de subir à 1:ª Divisão, mas para isso também é preciso dinheiro. Se não for este ano, voltaremos a tentar para o ano porque é uma meta importante para servir de incentivo às atletas mais novas, uma vez que quem pratica a modalidade gosta sempre de atingir patamares mais altos.
-------
À atenção da Câmara Municipal
Porque não um pavilhão municipal na Figueira da Foz?
A dada altura da conversa com o Semanário Desportivo do Centro, Graça Nelas chamou a atenção para o “handicap” que constitui para os clubes da cidade o facto de a Figueira da Foz não ter um pavilhão municipal. “A Figueira tem terrenos”, lembra a presidente do Sporting Figueirense, frisando que essa obra “iria beneficiar todos os clubes de basquetebol, muito especialmente aqueles que não têm pavilhão próprio, casos do Sporting e da Naval 1.º de Maio, e poderia também servir a actividades de outros clubes e instituições, tal como acontece noutras terras bem mais pequenas do que a Figueira da Foz. Sei que é caro, construir e manter, mas é um investimento que a Câmara deveria fazer”.
---
Corpos gerentes eleitos a 20 de Setembro
Graça Nelas de regresso à presidência
Foram eleitos no passado dia 20 de Setembro os novos corpos sociais do Sporting Figueirense. Graça Nelas sucede a Ornella Sousa na presidência da Direcção, liderando o novo elenco directivo:
“Actual ‘casinha’ é ‘vergonhosa’para o clube…”
As eleições para os corpos gerentes do Sporting Figueirense realizaram-se há cerca de uma mês. Graça Nelas, actual presidente da Direcção, elege a nova sede social do clube como o principal objectivo a atingir.
Semanário Desportivo do Centro (SDC) - Como surgiu a possibilidade de regressar à presidência do Sporting Figueirense?
Graça Nelas (GN) - Não estava nada a contar em regressar ao clube neste momento, mas essa possibilidade acabou por ser real uma vez que a anterior presidente teve de se ausentar para o estrangeiro, por questões de trabalho. Não é fácil encontrar quem queira estar à frente de um clube e eu acabei por aceitar, nem que seja por pouco tempo. Há tempos tinha deparado com o vandalismo de que tem sido alvo a nossa Casa Abrigo, que me chocou bastante, e considerei que “pegando” outra vez no clube poderia ajudar a debelar essa situação.
SDC - Nos dias de hoje é preciso ter coragem para assumir a presidência de um clube desportivo…
GN - De facto é preciso ter alguma coragem, mesmo num clube pequeno como o Sporting Figueirense. Digo pequeno porque hoje não pode ser grande. Já tivemos muitas modalidades, mas dado o espaço reduzido que temos e o facto de não existir um Pavilhão Municipal na Figueira da Foz, dedicamo-nos apenas ao basquetebol feminino, ao cicloturismo e ao campismo. Os apoios são pouquíssimos. A Câmara apoia, é certo, mas dadas as dificuldades por que também passa, nem sempre as verbas nos chegam na hora em que mais precisamos delas. Vamos sobrevivendo com o pedir do dia-a-dia e com a carolice de algumas pessoas que gostam do clube. Não é fácil…
SDC - É um desafio que aceita por espírito de missão e porque sente o emblema?
GN - Sim, com espírito de missão. E é engraçado porque eu não sou sportinguista, sou benfiquista quase ferrenha. Mas a minha filha começou a jogar no Sporting Figueirense ainda pequenina e eu como mãe acompanhava sempre a equipa. Desde aí fiquei sempre muito “agarrada” ao clube e, por exemplo, como disse no início, ver a Casa Abrigo vandalizada foi para mim uma dor muito grande. Podia não ligar, mas achei que devia regressar para, dentro das nossas possibilidades e de algumas pessoas que nos ajudam, tentar reabilitar aquele espaço. Aceitei o desafio de estar novamente à frente do clube também porque tenho bons colaboradores. Todos juntos cá vamos “remando contra a maré”.
SDC - Como encontrou o clube?
GN - Não se pode dizer que o Sporting esteja numa situação muito má. Da outra vez, sim, encontrei o clube muito mal, bem pior do que agora, inclusivamente com processos a decorrerem nos tribunais. Agora não acontece isso, embora as coisas também não estejam totalmente bem. Mas se os compromissos camarários que estão assumidos com o clube nos chegarem a tempo e horas, devagarinho lá vamos caminhando. O problema são os atrasos, especialmente quando se verificam em alturas como a que estamos a viver, de inscrições de atletas e treinadores, com as quais despendemos muito dinheiro. O aluguer de pavilhões também leva uma boa quota-parte do nosso orçamento e quando os subsídios não nos chegam às mãos tornam o nosso dia-a-dia muito complicado. Há protocolos estabelecidos com as escolas, mas mesmo assim temos que pagar mensalmente e não é tão pouco como isso. São umas boas centenas…
SDC - Em suma, encontrou as dificuldades próprias de um clube e que o Sporting Figueirense também sente?
GN - Sim. Mas são dificuldades que poderemos reduzir se a Câmara nos apoiar e se conseguirmos recolher novos apoios e novos colaboradores. Devagarinho vamos lá, porque não ao nosso sonho maior, que é termos uma nova sede, ou uma casa antiga, que possamos remodelar aos poucos (a Câmara tem tantas por aí abandonadas…), ou um terreno pequeno para construirmos. Por vezes é mais fácil conseguirmos apoios em materiais do que propriamente em dinheiro, e esse pode ser um dos caminhos a seguir.
SDC - Em relação à Câmara, já há contactos nesse sentido?
GN - Não há ainda. Assumi a presidência há pouco tempo e ainda não houve oportunidade para solicitar uma reunião com a Câmara Municipal. Mas a nova sede é um dos objectivos do meu mandato e vamos dar os passos necessários para que se torne realidade. No anterior mandato vivi precisamente a acção de despejo do Sporting Figueirense. Depois de ser eleita tive quinze dias para retirar da anterior sede todo o espólio do clube. Valeu-nos o Ginásio e a Escola Prática de Serviços de Transportes, que nos emprestaram instalações para guardarmos as nossas coisas. Entretanto surgiu esta “casinha” pequena onde ainda hoje estamos, insignificante e até “vergonhosa” para um clube com a idade e o historial do Sporting Figueirense. Um clube que está a poucos anos de ser centenário deve ter instalações condignas para os seus associados e para acomodar o espólio de dezenas de anos ao serviço do desporto.
SDC - Além deste grande objectivo a que se referiu, que outros pretende a sua Direcção concretizar?
GN - Sobretudo manter a projecção que o basquetebol feminino tem no clube e na cidade e melhorar o que temos vindo a fazer, proporcionando cada vez melhores condições às muitas praticantes que temos, desde as Minis às Seniores. Temos muito orgulho por ser o Sporting Figueirense um dos clubes do distrito que faz melhor formação no basquetebol feminino. Pena é que não tenhamos o seguimento e que depois de as meninas acabarem a sua formação no Sporting venham os clubes “que podem” buscá-las, muitas também porque vão para a Universidade e é-lhes mais fácil jogarem noutras cidades. Gostaríamos muito de subir à 1:ª Divisão, mas para isso também é preciso dinheiro. Se não for este ano, voltaremos a tentar para o ano porque é uma meta importante para servir de incentivo às atletas mais novas, uma vez que quem pratica a modalidade gosta sempre de atingir patamares mais altos.
-------
À atenção da Câmara Municipal
Porque não um pavilhão municipal na Figueira da Foz?
A dada altura da conversa com o Semanário Desportivo do Centro, Graça Nelas chamou a atenção para o “handicap” que constitui para os clubes da cidade o facto de a Figueira da Foz não ter um pavilhão municipal. “A Figueira tem terrenos”, lembra a presidente do Sporting Figueirense, frisando que essa obra “iria beneficiar todos os clubes de basquetebol, muito especialmente aqueles que não têm pavilhão próprio, casos do Sporting e da Naval 1.º de Maio, e poderia também servir a actividades de outros clubes e instituições, tal como acontece noutras terras bem mais pequenas do que a Figueira da Foz. Sei que é caro, construir e manter, mas é um investimento que a Câmara deveria fazer”.
---
Corpos gerentes eleitos a 20 de Setembro
Graça Nelas de regresso à presidência
Foram eleitos no passado dia 20 de Setembro os novos corpos sociais do Sporting Figueirense. Graça Nelas sucede a Ornella Sousa na presidência da Direcção, liderando o novo elenco directivo:
Direcção – Graça Nelas (presidente); José Eduardo Patrão (vice-presidente); Jorge Oliveira (secretário); Jorge Louro (tesoureiro); Ana Pires, Fábio Ferreira, Elisa Miguéis, Oriana Cação e Paulo Gil (vogais); Ornella Sousa (1.º suplente); Graça Lourenço (2.º suplente).
Conselho Fiscal – Dr. Luís Vieira (presidente); João Rola (secretário); Ângelo Pereira (relator); Carlos Ramos (1.º suplente); Alfredo Reis (2.º suplente).
Mesa da Assembleia-geral – Eng. Daniel Santos (presidente); Jorge Girão (vice-presidente); José Santos (1.º secretário); Pedro Ribeiro (2.º secretário).
Um comentário:
Entre construir um estádio para a Naval ou um pavilhão que sirva as modalidades a CMFF vai optar pelo estádio. Mais um erro
Postar um comentário