quarta-feira, 11 de junho de 2008

E depois do Minibásquete... Que soluções? (4)


Opinião

San Payo Araújo

Director-Técnico do Comité Nacional de Minibásquete




Ousar inovar precisa-se

Já o referi outras vezes, todos queremos ganhar, é normal e humano, no entanto nas etapas iniciais não devemos ter pressa em vencer, temos que ter preocupação em dar muito tempo de jogo e ensinar, e fruto do que os jovens aprendem é natural ficarmos satisfeitos com a sua alegria, quando ganham um jogo ou um torneio.
O que é que é primordial nos escalões iniciais de formação, para a além de ensinar e desenvolver as capacidades das crianças?
Títulos e ganhar jogos?
Fidelizar o maior número e crianças aos hábitos da prática desportiva?
A resposta a estas perguntas condiciona, e de que maneira, a organização desportiva das actividades neste escalão e o trabalho nos clubes. A proposta prática que farei hoje para o escalão a seguir ao minibásquete tem por base um conjunto de reflexões e uma experiência bem sucedida entre 1998 e 2000, quando exerci as funções de Director Técnico da AB Lisboa e passa pela introdução dum escalão intermédio entre os Sub-14 e os Mini-12: os Sub-13 – Infantis. Esta sugestão, na minha opinião, faz principalmente sentido nas maiores Associações, não descurando contudo a sua importância nas Associações com menos clubes, onde talvez tenhamos de encontrar outras soluções para este escalão. É um escalão de clara transição e de responsabilidade exclusivamente associativa e, como tal, um espaço excelente para procurar soluções. Deve funcionar de uma forma específica, com características muito próprias, pelo que passo à sugestão de uma solução prática de organização de torneios de Sub-13.

Inscrição e campos
Os clubes ao inscreverem-se sabem que têm de ceder o seu pavilhão para uma jornada concentrada de dois jogos.

Organização das séries
As séries são sempre no mínimo de 3 equipas e no máximo 4 equipas.
As séries não são organizadas por sorteios, mas ouvidos os treinadores, por decisão da Associação, e sempre na procura de equilíbrios competitivos.

Masculinos e femininos
Deve haver um torneio para masculinos e um torneio para femininos.
Pode haver equipas mistas, mas nesse caso participam, nem que joguem só com um rapaz, no torneio masculino.

Calendário de jogos com séries de 3 clubes
O clube anfitrião joga dois jogos seguidos.
Equipa A joga em casa
Calendário de jogos

A X B
A X C
Equipa B joga em casa
Calendário de jogos
B X C
B X A
Equipa C joga em casa
Calendário de jogos

C X A
C X B
Ao fim de 3 jornadas todas as equipas fizeram 4 jogos

Calendário de jogos com séries de 4 clubes
Jogos na casa de A
1.ª Jornada
A x B
C x D
Jogos na casa de B
2.ª Jornada
B x C
A x D
Jogos na casa de C
3.ª Jornada
C x A
D x B
Jogos em casa de D
3.º x 4.º da série
1.º x 2.º da série
Ao fim de 4 jornadas todas as equipas fizeram 4 jogos

No fim do torneio, se houver mais do que uma série de masculinos ou femininos, faz-se a avaliação do nível das equipas, e novamente por decisão da Associação, ouvidos os treinadores, fazem-se outras séries, sempre na procura de equilíbrios. Esta reorganização das séries para novos torneios é um momento excelente para novos clubes ou novas equipas poderem entrar na competição, aumentando o número de participantes.
Se fizermos durante a época 4 fases de repetições destes torneios, e entre as fases dos torneios dermos uma semana de intervalo para a reorganização das séries, estamos a falar no máximo de 19 semanas em que os Sub-13 fizeram 16 jogos.
Para finalizar por hoje, faço uma pergunta: e se houver uma equipa exclusivamente feminina, que fosse efectivamente muito forte e cujo treinador gostasse de participar numa das fases, no torneio destinado a masculinos, seria de autorizar?
Para a semana continuo com a minha proposta ao nível das regras do jogo e classificações, que talvez tragam algumas surpresas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Seria interessante imprimir este POST e mandá-lo para a ABC pois isto foi proposto este ano e foi respondido que não trazia vantagens nenhumas.