quarta-feira, 5 de março de 2008

Bitaites do Medeiros !

Olá, malta !
Desta feita, não foi à 3ª f, foi à 4ª f.
Acontece que a semana passada foi triste para o Basquetebol e para mim também, em termos pessoais, porque um jovem meu conhecido perdeu a vida na estrada...aos 28 anos. No basket, a perda foi dupla, pois para além do Mike, também partiu o conhecidíssimo Zé Bomba, ultra dedicado dirigente do Estoril.
Mas porque também nestes momentos conseguimos tirar lições de vida, o 1º bitaite de hoje é relativo ao Mike. Conheci-o no apogeu da sua carreira, no Barreirense, no Benfica e na Selecção Nacional, envergando o nº 12 nas suas enormes costas! Mas partilhei uns momentos da sua enorme experiência de vida, à mesa, em Évora, quando jantámos em casa de um grande Amigo, à data treinador dos seniores do Juventude, o Luis Francisco. Aí conheci a sua verdadeira dimensão humana, muito superior à sua envergadura física, aí presenciei de perto a honestidade do seu sorriso simples, aí constatei o humor que colocava nas coisas do dia-a-dia, fosse o estado do veículo modesto que lhe tinham posto à disposição, fosse o espírito de grupo que tinha trazido à equipa, fosse o estatuto ímpar que detinha na cidade e, sobretudo, nos arredores da cidade em que viveu um par de anos.
Mike teve o que muitos não têm: nome grande, alma enorme, presença nos momentos mais altos do basket, nos emblemas grandes que representou. Mike foi grande nesses Clubes, mas foi-o sobretudo nos demais emblemas, do Juventude de Évora ao Quintajense, tendo servido esses emblemas como seguramente serviu Benfica e Barreirense. Mike deu tudo o que tinha ao Basquetebol. E se TODOS fizessem o mesmo? Se servissem a modalidade, fosse em que situação fosse, independentemente da posição ou do título hierárquico, dentro do campo ou fora dele, a fazer ou a promover, a dar condições de ou a contribuir com ideias e sugestões, a abrir portas em vez de as fechar, a mostrar-se em vez de se esconder...Estaria melhor o basket português, seguramente. Então, o basquetebol distrital, com os "Mikeszitos" que por cá passaram...
O 2º bitaite é mais leve. Estive na semana passada na Figueira da Foz, como árbitro de um jogo nacional de cadetes masculinos. À saída, perguntei a mim mesmo: "terei saído do paraíso?" Explico!
Antes desse jogo, houve um outro da Liga Profissional. O jogo decorria, emotivo, alternâncias no marcador. Os atletas ora convertiam ora falhavam lançamentos, os árbitros e mesa nem tanto, ou seja, falhavam menos, com toda a certeza. Nem um "piropo" dirigido aqueles 3 cavalheiros que, naquele dia, vestiram de amarelo. A mesa estava solene, com os seus blusões oficiais da Liga!
No jogo de miúdos, nada de "bocas", insultos ou ameaças. Os árbitros, de cinzento, mais fraquinhos, terão errado. Os oficiais de mesa continuavam bem vestidinhos. Não houve uma única falta técnica, nem sequer uma anti-desportiva. Os árbitros não foram repreendidos por quem quer que fosse, por se terem ausentado do pavilhão "às pinguinhas", um deles a cheirar a suor...
Mas, pasme-se, o "melhor" estava para acontecer: o árbitro "cota" (já adivinharam quem?) foi saudado com 4 beijos sonoros - na face! - por duas fervorosas adeptas do Clube da casa. Já se haviam conhecido antes, é certo, seriam Mães de dois briosos atletas; acresce que equipa da casa ganhou todos os 3 jogos em que elas presenciaram a actuação desse "cota", mas a pergunta impõe-se, à laia de bitaite:
- este peculiar Clube de Fãs continuará a mostrar-se assim tão afectuoso, num dia em que o Clube de seus corações perder o jogo? Por mim, respondo francamente: eu gostaria MUITO que assim fosse!
Até para a semana, malta. E divirtam-se a jogar basket!!!

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