segunda-feira, 2 de junho de 2008

Rescaldo

Foi com enorme prazer que acompanhámos a "Final 6" de Sub-14 Femininos, no Algarve, e que privámos, em alegre e salutar convívio, com a comitiva que se deslocou de Coimbra. O fantástico sol algarvio raramente apareceu mas, mesmo assim, foram quatro dias bem passados, em torno do basquetebol, não sendo a isso alheias a hospitalidade própria dos algarvios e a excelente organização em redor da prova, a cargo da Associação de Basquetebol do Algarve e da Federação Portuguesa de Basquetebol, com prestimosos apoios da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e do Juventude Basquetebol Clube.

Terceiro lugar

Comecemos esta análise pelos resultados. Apesar de o GDESSA se ter "intrometido" na luta pelo título e ter estado à beira de o conseguir, podendo até queixar-se de alguma infelicidade nos instantes finais do jogo frente à equipa que viria a sagrar-se campeã, grande parte dos prognósticos apontavam para que a "decisão" fosse tomada entre Académica e Sanjoanense. O primeiro jogo das "estudantes" foi precisamente frente ao conjunto de S. João da Madeira, resultando numa exibição com "altos e baixos": mau começo, deixando "fugir" as adversárias ao longo da primeira parte (9-24); excelente reentrada a seguir ao descanso, que permitiu ir "buscar" o jogo, repondo a igualdade a três minutos do fim (32-32); depois novamente a vir ao de cima a maior capacidade e frescura física da Sanjoanense, que acabou por construir um resultado algo exagerado (32-49), embora uma vitória inteiramente justa.
No segundo jogo, frente ao CAB, a equipa de Sofia Pereira voltou a viver momentos de menor concentração e garra, somando nova derrota (50-54), aspectos que viria a corrigir nos jogos seguintes, terminando a "Final 6" em muito bom nível, o que lhe permitiu ainda chegar ao terceiro lugar do pódio.
Ficou a sensação de que a Académica podia ter feito mais, em termos classificativos, mas também, pela forma como "cresceu" ao longo dos três dias de prova, a certeza de que se trata de um grupo com potencial e margem de progressão e que poderá ganhar o futuro.
Está de parabéns todo o grupo de trabalho que se deslocou ao Algarve, assim composto: Ana Catarina Amaro, Ana Isabel Paulo, Ana Margarida Santos, Ana Patrícia Campos, Antónia Santos, Carolina Leite, Filipa Gouveia, Francisca Grave, Laura Carvoeira, Laura Simões, Maria Carolina Oliveira, Maria Francisca Lima, Mariana Cordeiro e Susana Viana (jogadoras); Ana Amaro (dirigente); Sofia Pereira (treinadora).

Justo campeão

Independentemente da discussão sobre alguns processos tácticos utilizados, mais ou menos avançados para o escalão (discussão que deixamos para breve ocasião), pareceu-nos que a Sanjoanense era de facto a melhor equipa, pelo que o título acaba por estar bem entregue. Alguma ponta de sorte no jogo com o GDESSA, que na parte final, a ganhar por um ponto, falhou duas bolas debaixo do cesto, mas sabe-se que não há campeões sem sorte...

Arbitragem

Começámos por "atirar-nos" à arbitragem, consequência de muitos erros cometidos logo no primeiro dia. Chegámos a aventar a possibilidade de ter sido bem melhor, para os juízes e para a modalidade, a nomeação de árbitros mais experientes para esta "Final 6", vindos de outras Associações, para fazerem dupla com os mais aptos do Algarve. Fomos recolhendo informações e opiniões, aqui e ali, e acabámos por "render-nos" ao caminho seguido pela Federação, de "apostar" nos árbitros algarvios, e ao argumento de que a arbitragem na região tem crescido muito e precisava deste prémio e deste voto de confiança. Uma outra visão e a melhoria do nível das arbitragens com o passar dos jogos permitiu-nos verificar que, de facto, no Algarve há trabalho realizado neste sector importante do basquetebol, certamente com o "dedo" de José Filipe Abreu, juiz madeirense dos quadros da Liga Profissional, agora radicado em Portimão e actual "chefe" do Conselho de Arbitragem da ABA. De entre todos os árbitros que dirigiram os quinzes jogos, dois nomes a fixar, em nossa opinião com futuro na arbitragem nacional (sem desprimor de outros, que também poderão atingir esse patamar): Nuno Coelho e Nicolae Lepsa. Os nomes de todos os outros juízes em acção na fase final: João Reis, José Filipe Abreu, José Palma, Pedro Carvalho, Manuel Victório e Tiago Alegre (árbitros); Ana Reis, Carla Trindade, Dolores Vazquez, Fernando Cabrita, Isa Coelho, Joana Santos, Maria Esteves, Maria Martins, Patrícia Lopes, Rui Sousa e Vasco Alves (oficiais de mesa).

Público

O entusiasmo nas bancadas foi uma constante, mormente nos jogos da Académica em resultado da contagiante alegria evidenciada pela claque oriunda de Coimbra, sem dúvida a mais extensa e mais ruidosa, puxando sempre pela equipa.
Brioooooosa!

Convívio

Os momentos finais, com as equipas perfiladas para entrega de prémios (taça ao primeiro classificado e medalhas para todos os participantes), com as jogadoras a entoarem cânticos e "palavras de ordem", espelharam na perfeição o convívio e o ambiente vivido nos três dias de prova. Também os momentos de confraternização e camaradagem vividos pelos acompanhantes, nomeadamente pela comitiva conimbricense, merece uma nota de destaque. Em duas palavras: cinco estrelas!

5 comentários:

Anônimo disse...

Aproveito para felicitar a Académica por ter chegado a este ponto alto nacional. É importante que o basket em Coimbra evolua e parece-me que Olivais e Académica estão a dar o mote com bastante qualidade.
No entanto o que me trás cá é de facto a equipa da Sanjoanense. Claramente a melhor do país desde o ínicio da época. Cedo se viu que iria ser quase impossível derrotar uma equipa tão homogénea como essa.
Contudo, e quando se fala de processos tácticos, devemos dizer que se calhar,não serão os melhores. Evidente que num escalão de iniciadas, fazer "flex", "cornos" e "zona press",é de todo dificil para equipas com mais limitações.
Parece-me bem mais importante ensinar outro tipo de fundamentos: ler o jogo, técnica individual, técnica de lançamento,etc. A taça foi conquistada com mérito, mas será que a globalidade das atletas evoluiu?! Fica aqui a dúvida..

Miguel Cunha disse...

"Olivais e Académica estão a dar o mote com bastante qualidade"...anónimo
Assisto com curiosidade e alguma perplexidade à omissão do nome do Clube PT quando alguns "conhecedores" da modalidade abordam a questão da qualidade do basquetebol em Coimbra. O que eu concluo é que o Clube PT incomoda, e não deveria ser o caso, pois quantos mais clubes fortes existirem em Coimbra melhor.
Digo isto porque ainda há 2 anos o Clube PT levou a sua equipa de sub 14 femininos à final 6 em Lisboa, onde ficou em 4 º lugar a 1 vitória do 2º lugar. 2 anos não é assim há tanto tempo.
Em sub 14 femininos e masculinos,por exemplo, nos ultimos anos são mais os anos em que o Clube PT é campeão distrital do que o contrário, pelo que é tempo dos clubes serem tratados com mais equidade por parte destes formadores de opinião (formatadores de opinião), que têm a memória curtíssima, não assinam o que escrevem, e omitem intencionalmente o nome dos clubes que pretendem "atacar". A visão egocêntrica das coisas é muito limitativa para fazer análises objectivas das coisas, e a história não se muda "a la carte".
Ha! e antes que me esqueça, os meus parabéns para o bom desempenho da equipa de sub 14 femininos da Académica na final 6 deste ano.
Que haja cada vez mais equipas de Coimbra a irem a fases finais.

Anônimo disse...

olivais, PT, Académica
A rapaziada quer é jogar.
Quem ama o basquete ainda que o coração doa por o seu clube do peito chegar a determinada altura e não lhe dar "abrigo", o que a malta quer é jogar.
Mas seria bonito se todos os clubes dessem continuidade aos vários escalões para que se jogue sempre por e com amor à camisola.

Anônimo disse...

Qualquer clube é bom, desde que dê boas condições aos atletas para praticarem a modalidade que mais gostam...
só é pena quando os pais se metem ao barulho e levam a reboque os filhos por birras sem sentido...
Enfim... Que todos tenham a consciência tranquila e que queiram o melhor para os seus descendentes...

F disse...

Por respeito a quem escreve os textos que posteriormente sao objecto de comentários entendo nao ser correcto comentar comentários, seria no mininmo uma falta de educação para com o cronista original. Não o farei embora não saiba como comentar algo que aqui foi comentado sobre a performance apresentada pela equipa que recentemente ( e com toda a justiça diga.se) conquistou o recente Torneio (e digo Torneio e não Campeonato)de Sub 14 feminino.
Na verdade, uma equipa que se apresentou em VR S Antonio como as jovens de S J da Madeira se apresentaram claramente que apenas um objectivo tinham em mente: a vitoria no Torneio o que, em teoria não é crime previsto na lei, mesmo na desportiva.
Se era ou nao quase impossivel,será algo que ninguem pode e deve afirmar.É algo que nunca saberemos e como tal a afirmação é fruto de analise qualitativa e nao quantitativa e a verdade é que, nao perdendo nenhum encontro disputado tambem é verdade que,em pelo menos um jogo que presenciamos o que alguem diz ser quase impossivel nao aconteceu por mero acaso ( ver relato do jogo feito por um dos colaboradores do blogue ). De todas as formas o que me leva a escrever estas linhas sao o que alguem refere como processos, processos esses ( nomes complicados que lhe chamam )que, em teoria nao sao normais neste escalão do basquetebol.Aceito que possam ser discutiveis mas que questionar quando todos os ditos processos são feitos na perfeição fazendo mesmo inveja a algumas equipes juniores e até seniores que este ano vimos jogar? Será questionavel quando tudo acontece apenas e só porque, ao contrario do que foi dito, todas as atletas dominam as variaveis do jogo? Quando tudo se percebe que aquilo só é possivel de fazer porque as atletas tem uma capacidade de leitura de jogo, uma técnica individual e uma tecnica colectiva de defensa (fruto de uma capacidade individual invulgar)serão mesmo assim questionaveis os tais processos tácticos? Fracamente nao tenho opiniao formada pois se é verdade que por principio os ensinamentos neste escalao devem incidir fundamentalmente no desenvolvimento individual dos atletas mas, pergunto, porque não ir mais alem quando estes jovens ja apresentam caracteristicas individuais que lhes permitem ir mais alem?
Penso ser na verdade um caso para estudo pelos experts na materia sendo que, no que me diz respeito, gostando ou não dos métodos tive um prazer enorme em analisar o comportamento colectivo da equipe de S J da Madeira.
Apenas um ponto,quando alguem diz que na opiniao do proprio lhe parece ser mais importante desenvolver a TIO a tecnica de lançamento a leitura de jogo todos estamos de acordo ( La Palisse nao teria dito melhor )apenas espero que isso nao tenha sido dito em relaçao as jovens de SJ da Madeira pois isso foi coisa que elas demonstraram saber e bem!

Carlos Grave