quarta-feira, 9 de abril de 2008

Homenagem aos pais e mães



Opinião

San Payo Araújo

Director-técnico do Comité Nacional de Minibásquete



Os
pais e as mães são a floresta

Nesta semana em que o CDMB de Coimbra promove, e muito bem, mais um "Treinar com pais e mães" resolvi prestar-lhes a minha sincera homenagem. Quantas vezes são os pais criticados? Ou por estarem ausentes, ou por terem comportamentos menos indicados, ou por um conjunto de razões que não vou neste momento abordar. Da minha experiência posso-vos dizer que nem todos os pais ausentes estão a proceder mal, nem todos os pais presentes estão a agir bem. O problema é bem mais complexo e tenho sobre este tema as minhas convicções. Contudo, acho que há uma tendência para generalizações. Pelo facto de um pai ou uma mãe terem intervenções, principalmente durante as situações de jogos, que no mínimo são questionáveis, há a tendência para se tomar a árvore pela floresta.
Diz-me a experiência, que quando as situações são explicadas com clareza e sem contradições, e as actividades em que as crianças estão envolvidas têm qualidade pedagógica, a larga maioria dos pais sabe perfeitamente reconhecer o trabalho dos treinadores e a influência que este têm na educação dos seus filhos. A minha homenagem a esse reconhecimento é ilustrada por um conjunto de comentários deixados no portal da FPB no fim de cada jamboree. Percorri as intervenções dos pais até ao 8.º jamboree e, felizmente, foi difícil seleccionar um de cada evento entre várias dezenas de comentários. De qualquer modo esta é a minha singela homenagem aos muitos pais que nos confiam os seus filhos.

13.º Jamboree
”Como mãe de duas jovens atletas que tiveram a felicidade de participar no Jamboree, quero agradecer aos mestres e monitores o facto de me fazerem acreditar que, afinal, vivemos numa sociedade em que os nossos jovens conseguem ser educados, obedientes, humildes, dóceis, cumpridores e respeitadores dos valores e regras, que no processo de educação da nossa competência, lhes ensinamos e transmitimos. (…) Quando oiço falar diariamente da falta de educação, insubordinação e irreverência dos nossos jovens, nas escolas e em outras actividades que frequentam, ao vivenciar este XIII Jamboree, constatei que, perante a autoridade dos mestres e monitores, um grupo constituído por 72 jovens oriundos de diversos pontos do país, com variados modelos de educação e formação, acatavam as normas e regras previamente definidas. Como mãe senti-me orgulhosa; como educadora senti-me confiante; Por isso, reitero o meu agradecimento e reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelos mestres e monitores no crescimento e formação das minhas filhas enquanto pessoas, e de mim própria, pois também eu aprendi muito convosco.”

12.º Jamboree
”Um comentário de quem viveu o jamboree indirectamente, mas com muita intensidade. Ouvir a nossa filha pedir-nos desesperadamente para regressar no final do 1.º dia, ouvir o nosso coração ordenar-nos que lhe obedeçamos, ouvir a nossa razão aconselhar-nos a dar-lhe esta oportunidade de crescer. Fazê-la relembrar que não se desiste à primeira adversidade não teria sido possível sem os apoios de quem lá estava, com ela. Quem contribui para o enriquecimento dos nossos filhos merece sempre a nossa gratidão.”

11.º Jamboree
”Sem dúvida um grande convívio, uma grande festa e acima de tudo um grande exemplo do que se deve fazer no desporto infantil! Num mundo onde parece que andamos todos aos empurrões, em que os recém chegados (crianças) também se vão sujeitando aos comportamentos cada vez mais materialistas desta nossa sociedade de consumo, foi arrepiante ver a quantidade de emoções/sentimentos que passeavam por este espectacular evento.”.

10.º Jamboree
”Por motivos profissionais conheço o que o Comité Nacional de Minibásquete da FPB tem realizado. No entanto, uma coisa é ter conhecimento e outra, bem diferente, é VIVER o acontecimento. Em Trancoso pude, finalmente, sentir o que é um jamboree. A alegria, camaradagem, solidariedade e espírito de grupo demonstrados pelos cerca de 60 jovens e seus monitores ficou bem patente na Gala final, à qual tive o prazer de assistir. As lágrimas que a minha filha derramou no dia da despedida foi a prova que o objectivo deste convívio foi alcançado: jogar basquetebol e fazer amigos. Foram lágrimas de saudade por uma semana que, estou certo, jamais esquecerá.”

9.º Jamboree
”Quem fez novos amigos em Valença? O Duarte. Sou a mãe dele e devo dizer que foi a primeira vez que vi o meu filho chorar por deixar novos amigos. Obrigada por terem despertado nele estes sentimentos tão bonitos.”

8.º Jamboree
”Não podia deixar de participar com uma mensagem de agradecimento em nome do meu filho João. Foi o melhor que lhe podia ter acontecido este ano.”

PS: Resolvi não identificar autores destes comentários, mas eles podem ser todos consultados com identificação no portal da FPB.

Nenhum comentário: